Era apenas um sapo, olhavam pra ele com receio e nojo. Ele gostava de caminhadas noturnas, horário o qual não há grande movimentação de pessoas... Em um desses passeios ele se encontrava angustiado, devido a rejeição vinda das pessoas. Nesta mesma noite ele se deparou com uma planta que ao vê-lo disse sorrindo.
- Oi senhor sapo!
O sapo acostumado na sua solidão verbal estranhou uma planta tão bela falar com ele.
- Por que uma planta com tamanha beleza quer diálogo com um sapo tão feio e rejeitado?
A planta não entendeu a tristeza do sapo, pois aquela noite tinha de tudo pra sorrir, ceu estrelado, sem muitas núvens e tempo de festas.
- Senhor sapo, não fales assim! Como eu não iria falar com o ser que nos proteje de insetos que nos pertubam toda noite, ser o qual tem um papel fundamental numa cadeia alimentar, fazendo de tudo para manter o equlibrio, e isso é muito bom.
Ele concordou com ela, mas não conseguia entender, e depois de alguns segundos de olhos fechados tentando esconder uma lágrima de angústia que caia dos seus olhos, desabafou:
- Eu não consigo entender então, as pessoas tem nojo de mim, me chutam, me colocam pra longe delas, até medo elas têm, justo eu que sou um animal inofensivo.
A planta ao ouvir o sapo falando assim com os olhos molhados de tristesa pediu que ele ouvisse bem o que ela tinha a dizer:
- Isso faz parte do mundo que vivemos meu amigo. Apesar do tempo de inrformação que vivemos, ainda não existe respeito com o diferente e nem gratidão. Quando falo em gratidão estou relacionando o nosso caso, as plantas. Os homens nos destroem, nos transformam em móveis, papéis, cercados e aos poucos vão nos eliminando. Com tudo isso não baixamos nossos galhos, continuamos a tentar deixar esse mundo mais belo com o nosso verde e produzir o oxigênio que eles tanto necessitam. E você sapão, não fique triste por isso. Eles não percebem que todos nós temos utilidades nesse mundo, não estamos aqui a toa, e ninguém deve ser tratado com indiferença, pois tudo é uma ligação, onde tudo e todos precisam um do outro, assim como nós, as plantas, necessitamos de você. Eu entendo sua tristeza, nós temos uma mania de vivermos dependentes do que os outros acham, exigem que fazemos e falam. Se eles soubessem que as palavras pesam, algumas batem na face do outro como uma pluma, outras como tijolos e barras de metais. Existem palavras que saem da boca de alguns com sabor de mel e entram nos ouvidos de outros na forma de ferrão. E isso que falei por último meu amigo, é o seu caso. O que os outros falam ou pensam te magoa, você não acredita na sua verdade, para você a verdade está no outro. Você vive em busca do principe encantado que as pessoas criaram por trás de você, e que no fundo sabe que não existe principe nenhum, existe apenas seu ser, sua alma, e é ela que deve sempre ouvir.
O sapo ouvindo tudo isso não conteve suas emoções, e aquela lágrima que ele tanto segurava se multiplicou em dezenas, colocando para fora toda sua dor, e agradeceu as palavras de incentivo daquela planta. E com sua auto estima mais elevada, ele redescobriu uma caracteristica de sua espécie, característica a qual ele a muito tempo não utilisava devido a sua tristeza e falta de vontade, o salto. Esse salto é que o faz enfrentar barreiras, degraus, DIFICULDADES.
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